Preso Politíco
Todos aqueles que por compromissos inadiáveis não lhes foi possivel estarem presentes, a nossa Imprensa Regional, respectivamente os Jornais Terras da Feira e Correia da Feira com uma cobertura exemplar, permitiram que tenhamos podido saber que os mais destacados elementos que lutaram para que o 25 de Abril de 74 se tornasse possivel, não foram esquecidos.
Nesse dia num convívio com Amigos do Centro Recreativo e Cultural de Sebolido, oara comemorar esta data da Revolução dos Cravos organizei esta visita destino ao forte de Peniche, onde a Polícia Politíca de Salazar lá encarcerou quatro anos o Cunha.
Agora é Museu, aquilo que o anterior regime utilizou para ali encarcerar aqueles que se opunham ao seu regime opressor e ditatorial.
Durante mais de duas horas foi possivel conhecer as condições desumanas e as atrocidades que ali eram praticadas.
Muitos deles não resistiram á tortura, acabaram por ter fim trágico.
Está ali juntamente com o Tarrafal a história nefasta do Regime Fascista.
Também as marcas de Resistência e ficou provado que quando se luta por justas causas, a nossa força interior torna possivel ultrapassar todos as barreiras.
Convicções inabaláveis
No tempo de visita, foi uma constante recordar parte dos testemunhos que me tinhas feito, da tortura a que esteve sujeito e a desumanidade a que esteviram sujeitos.
Foram Cumpridos quatro anos em condições dramáticas, o único crime de que fos-te acusado, foi que eras comunista.
Sabiam que lhe seria comodo se ao saíres, optasses por deixar de lutar.
Era essa a lavagem que tentava conseguir fazer.
Mas continuas-te, sabias que a todo o momento corrias o risco de voltar novamente a ser preso, e que as condições seriam ainda muito mais desumanas.
Para ti a vida só tinha um sentido, o fim da exploração e opressão humana.
Em Tempo algum exitas-te em continuar a empenhar-te totalmente na luta e dedicares -te ainda mais á causa que cedo decidis-te ser o valor mais importante da tua vida.
Adoravas a tua Terra Natal, mas sabias que a continuar lá nnão estarias muito tempo sem voltar a caír nas garras deles.
Inclusivé a tua nova prisão, poderia custar-te pagar com a própria vida.
Sei que isso não te preocupava, porque a decisão de empenho na luta era irreversível.
Mas aconselhado pela organização do Partido a Migrar e passar á clandestinidade.
Acatas-te, mesmo que isso te tivesse causado uma dor profunda de sentimento, e antes de chegar a S. Paio de Oleiros, talvez por saudades a Alenquer, as curtas passagens, por outras terras, foi de curta duração.
Informado que em S. Paio de Oleiros existiam outros opositores ao Regime, vies-te de imediato para cá.
Inúmeras vezes me confidencias-te que Oleiros foi para ti o grande amor da sua vida,tendo sido, um amor á primeira vista.
Mesmo que tenhas sentido sido várias vezes perseguido,mas os anos do Presidio de Peniche ensinou-te a trabalhar de forma engenhosa. Co mestria conseguis-te iludir essa suspeita vigilância e não voltas-te a ser preso.
Quatro anos preso em Peniche
A tua acção foi preponderante e a tua sensibilidade, respeito e dignidade, com uma conduta irrepreensivel que rumou toda a tua vida, nunca escondendo a tua aderência e militância ao Partido Comunista Português, e mesmo nos tempos mais conturbados de perseguições e invênções caluniosas a quem militava, sem o minímo de respeito pelo seu passado e muitos deles tudo tinham dado sem nada pedir em troca.
Mas António Cunha granjeou o respeito das Gentes Oleirenses e de todos quantos que com ele privaram.
Começou a ser normal, os responsáveis de outras forças politícas, te procurarem em momentos de conflitualidade por saberem que eras homem de consenso,a tua respeitabilidade que todos nutriam por ti, tornava-se fácil o que parecia inultrapassável.
Nunca misturavas a tua filiação partidária, com a dignidade das pessoas, ou mesmo com os reais interesses e progresso da Freguesia.
Foi justa a evocação do teu nome como um baluarte de Resistente Anti-Fascista.
Partis-te fisicamente, mas o teu exemplo seguramente perdurará.
De entre outros, como Ramiro Sá Couto, O Prazeres, homem persistente, sempre leal e com entrega total ás suas convicções Ideológicas, o fim da opressão.
Com militância irrepreensivel, sempre esteve na luta, mesmo quando a sua avançada idade já o limitava.
Um outro exemplo marcante é o Fielzinho, como carinhosamente sempre foi tratado. Sempre disponivel e Solidário, sempre pronto a servir,nunca olhando a que partido pertenciam ou em quem votavam ou militavam, para ele o valor do ser humano estava acima de qualquer partidarite.
O Doutor e Poeta Oleirense teu intimo Amigo.
Ainda em Vida sabendo da Paixão do Fielzinho pela Poesia,um dia disse-lhe que não prometia datas, mas que haveria de tentar publicar os seus poemas.
Num trabalho moroso e notório, publicou-os. Assim prestou um valorioso trabalho, ao imortalizar este Vulto Oleirense.
No Seguimento; outros se recordam, como:- José Travanca, Júlio de Bento e Joaquim Castro.
Memórias vivas
Está de parabéns o Correio da Feira que no seu Número 5618 de 27 de Abril ao públicar uma entrevista de Joaquim Castro. Combatente que esteve preso 42 dias nas Celas da PIDE ( Polícia de Investigação e Defesa do Estado). A mesma que anos antes tinha assassinado em Nogueira da Regedoura o Doutor Antònio Carlos de Carvalho Ferreira Soares (DOUTRO PRATA " O MÉDICO DOS POBRES", com 14 tiros de Rajada de Metralhador).
Sujeito a interrogatórios desumanos.
Está de parabéns o Correio da Feira que no seu Número 5618 de 27 de Abril ao públicar uma entrevista de Joaquim Castro. Combatente que esteve preso 42 dias nas Celas da PIDE ( Polícia de Investigação e Defesa do Estado). A mesma que anos antes tinha assassinado em Nogueira da Regedoura o Doutor Antònio Carlos de Carvalho Ferreira Soares (DOUTRO PRATA " O MÉDICO DOS POBRES", com 14 tiros de Rajada de Metralhador).
Sujeito a interrogatórios desumanos.
Libertado e tendo a consciência que podedria de novo voltar a ser preso a todo o momento, não se desviou das suas convicções e a sua luta continuou.
Com o 25 de Abril a sua postura é um exmeplo a seguir. Em Tempo algum se alvorou em defensor absoluto. A sua actuação ponderada mas firme no cérrimo principio de defensor do ser humano, bem merece ser recordado como uma bandeira de homem que dedicou uma vida para que a sociedade seja mais justa, sem discriminação e opressão. Que a dignidade seja uma realidade existente em cada um de nós.
Filhos Limpos
Bendita Terra que tem filhos como estes e digo porquen todos vós a adoptas-te, mas para que não venha de novo a reimplantar-se um novo Regime Ditatorial, é necessário que se saiba que os 48 anos de Ditadura Fascista,foram de injustiças inqualificáveis.
Bendita Terra que tem filhos como estes e digo porquen todos vós a adoptas-te, mas para que não venha de novo a reimplantar-se um novo Regime Ditatorial, é necessário que se saiba que os 48 anos de Ditadura Fascista,foram de injustiças inqualificáveis.
Pelo que perpetuar a memória destes vultos é não só necessário como imprescindível.
Neste ano de 2009 terão lugar Eleições para formação de um novo Executivo.
Espera-se e deseja-se que mentes adormecidas acordem,que dispam as camisolas partidárias e prestem a justa homenagem que servirá como um alerta a estes Ilustres vultos Oleirenses.Que também servirá para dar a perceber à nossa Juventude ao real valor do ser Humano digno.
Que a cegueira não lhes venha a tirar discernimento,que olhem, e porque não seguirem o dignificante exemplo do Executivo de Nogueira, na justa e merecida homenagem e perpeturação de um Vulto que tombou às Balas assassinas disparadas por PIDES/DGS, a ordem emanada de Salazar.
Foi maravilhoso ter de passado mais estas horas a conviver com gente simples mas com um passado irrepreensivel, e que ao relatar o seu passado muito de humano recebemos.
Certo que ontem estive mais de 6 horas a escrever e como de costume ter-te a escassos metros, mas este mesmo artigo, nada tinha escrito. O computador resolveu pregar-me essa rasteira, mas quem porfia sempre alcança, e como tal cá estamos de novo a transmitir o quanto os admiramos e os que já partiram fisícamente, etejam onde estiverem certamente não os surpreenderá, porque sempre souberam que a sua vida e obra serão exemplos a seguir.
A melhor forma de Incentivar não é citando exemplos. Mas sim a única.
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